120 anos de Alfred Hitchcock: 10 filmes para conhecer a obra do cineasta

14.08.2019 | 18h10 - Atualizada em: 15.08.2019 | 10h20
Anna Rios
Por Anna Rios
Kim Novak em "Um Corpo Que Cai", eleito o melhor filme de todos os tempos pelo British Film Institute

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Cineasta britânico nasceu em 13 de agosto de 1899 e assinou clássicos como "Um Corpo que Cai", "Janela Indiscreta" e "Psicose"

Por GaúchaZH

Sem nunca ter vencido um Oscar (e foi cinco vezes indicado como melhor diretor), numa das mais célebres injustiças da Academia,  Alfred Hitchcock firmou seu nome na história do cinema assinando dezenas de clássicos que o consagraram como o grande mestre do suspense. Nascido na Inglaterra há exatos 120 anos, em 13 de agosto de 1899, Hitchcock ergueu uma obra cultuada até os dias de hoje.

Além de seus filmes, o diretor é lembrado em em produções como a série Bates Motel,  que renovou o universo de Psicose(1960), e foi tema de cinebiografias como Hitchcock (2012),encarnado por Anthony Hopkins.

Abaixo, veja uma lista de 10 produções essenciais de Hitchcock para entender a sua importância e o seu legado:

Um Corpo Que Cai (1958)

O detetive aposentado John "Scottie" Ferguson (James Stewart) morre de medo de altura e aceita uma missão dada por antigo colega: seguir a esposa deste, Madeleine Elster (Kim Novak), mulher enigmática pela qual Ferguson se apaixona. 

Por que assistir? Em 2012, Um Corpo Que Cai foi eleito o melhor filme de todos os tempos pelo British Film Institute (BFI), ranking feito com críticos a cada 10 anos, desbancando Cidadão Kane (1941), de Orson Welles,  que liderou a lista por seis décadas. 

Janela Indiscreta (1954)

Outro filme de Hitchcock estrelado por James Stewart. Após ter quebrado uma perna, o fotógrafo profissional L.B. Jeffries  passa a vasculhar a vida dos vizinhos com um binóculo. Ao suspeitar que houve um assassinato no prédio em frente, desperta a curiosidade de sua namorada (Grace Kelly), que decide se arriscar indo até o apartamento do suposto criminoso.

Por que assistir? A câmera subjetiva, que reproduz o olhar do protagonista,  inovou o jeito de fazer cinema na época. Grande parte da produção mostra tudo sob o olhar do fotógrafo, imprimindo mais tensão à narrativa. Outro destaque é a cenografia, que reproduz no prédio vizinho diferentes situações que vão se construindo ao longo do filme.

O Homem Errado (1956)

Músico (Henry Fonda) precisa conseguir um empréstimo para pagar o tratamento dentário de sua esposa (Vera Miles). Mas, quando chega ao escritório, é identificado  pelas funcionárias como o assaltante que roubou o local um ano antes. Acaba preso e começa um dramática luta para provar sua inocência.

Por que assistir? Além do desempenho  de Fonda, um dos gigantes de Hollywood, o filme aborda um tema que era muito caro a Hitchcock: o homem comum que acaba enredado por uma situação-limite que o faz viver uma grande jornada 

Psicose (1960)

A secretária Marion Crane (Janet Leigh) quer mudar de vida e rouba US$ 40 mil da imobiliária em que trabalha. Durante sua fuga, ela se hospeda em um hotel de beira de estrada, que é administrado pelo esquisito Norman Bates (Anthony Perkins), que diz viver no local com sua mãe. 

Por que assistir? A cena em que Marion é assassinada no banheiro é uma das mais emblemáticas da história do cinema, sobretudo por conta da trilha sonora de Bernard Hermann. Foi uma grande ousadia eliminar a protagonista na metade da trama e segurar a narrativa em ritmo de tensão crescente até o final 

O Homem que Sabia Demais (1956)

De férias no Marrocos, o médico Ben McKenna (James Stewart) e sua família acabam envolvidos em um assassinato. Um dos envolvidos conta a Ben um segredo, para assegurar que ele não revele o que ouviu,  conspiradores sequestram seu filho.

Por que assistir?  É o remake de um filme de 1934 do próprio Hitchcock. São antológicas as sequências do concerto no Royal Albert Hall, em Londres, com  12 minutos e sem diálogos, na qual um atirador espera o momento certo para disparar contra seu alvo, e a personagem de Doris Day cantando a oscarizada  Whatever Will Be, Will Be (Que Sera, Sera) para localizar o filho.

Os Pássaros (1963)

A socialite Melanie Daniels (Tippi Hedren) é uma mulher decidida e, após conhecer o advogado Mitch Brenner (Rod Taylor) em um pet shop, decide ir até a cidade natal do homem. Ela não imaginava, no entanto, que milhares de pássaros começariam a atacar as pessoas.

Por que assistir? Afora o grande empenho técnico para tornar críveis os ataques dos pássaros, a tensão física e psicológica alcançada  por  Hitchcock é carregada de simbolismos,  tanto para refletir o clima político da Guerra Fria quanto para representar a impotência do homem diante da força da natureza.  

Pacto Sinistro (1951)

Guy Haines (Farley Granger) faz amizade com Bruno Antony (Robert Walker) em uma viagem de trem. O primeiro confessa que tem um casamento infeliz com Miriam (Ruth Roman), o segundo diz não gosta do pai. Daí sai o plano de um livrar o outro de seu "problema", crimes que não os tornariam suspeitos e para quais teriam bons álibis. Mas o que para um era apenas um plano, para o outro missão dada é missão cumprida. Depois de fazer sua parte, passa a pressionar o "amigo" para realizar a sua.

 Por que assistir? Além da engenhosa trama do plano que parece perfeito até desandar em imprevistos, uma das grandes sacadas do cineasta é sua variedade de ângulos. Em uma das cenas, ele  filma o assassinato de uma mulher através da lente dos óculos da própria vítima que caiu quando ela foi agredida.

Disque M para Matar (1954)

Com Ray Milland, Robert Cummings e Grace Kelly. Um dos mais festejados "suspenses morais" de Hitchcock, este thriller adapta uma peça teatral sobre homem que arma plano para matar a mulher e ficar livre da suspeita. Mas as coisas não saem como o planejado, e é sobre preparação do crime e seus desdobramentos que o cineasta mantém a tensão da trama, preservando as características cenográficas do palco. 

Por que assistir? O primeiro dos três filmes que o diretor fez com Grace Kelly foi lançado nos cinemas com projeção 3D, em 1955, numa tentativa de valorizar o formato então limitado tecnologicamente e associado a filmes baratos. 

Ladrão de Casaca (1955)

Cary Grant interpreta um charmoso ex-ladrão de joias, conhecido como Gato, suspeito de estar de volta à ativa após uma onda de roubos na Riviera Francesa. Para evitar uma nova temporada na cadeia, ele parte em busca do verdadeiro culpado, mas no caminho encontra uma jovem milionária, vivida por Grace Kelly, que vira sua cabeça. As joias da mãe dela, contudo, são a isca perfeita para encontrar o ladrão certo.

Por que assistir? Foi nos bastidores deste filme, com cenas rodadas em Mônaco, que a musa loira de Hitchcock, Grace Kelly, conheceu o príncipe Rainier III, que a faria abandonar a carreira de atriz. 

Festim Diabólico (1948)

Com James Stewart, John Dall e Farley Granger, adaptado da peça de Patrick Hamilton. Acreditando serem intelectuamente superiores a um colega de faculdade, dois jovens matam-no por puro prazer, escondem o corpo em um baú e promovem uma pequena festa, para a qual convidam pessoas próximas do morto. 

Por que assistir? Nesse que é um dos mais prestigiados suspenses de Hitchcock, o cineasta fez uso recurso engenhoso: simula uma tomada única, um plano-sequência, disfarçando os pontos de corte (10 minutos era a duração média do rolo de filme á época)

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