Compositor Rodrigo Piva lança "Fake News no Samba" nas plataformas digitais

13.07.2020 | 13h58
Por Marina Martini Lopes
Editora
Piva idealizou o projeto e interpreta a nova canção, escrita poucos dias após o falecimento de Aldir Blanc

BLOG

Mundo Itapema

O clipe reúne instrumentistas de Florianópolis e Porto Alegre

Em sintonia com as produções musicais da quarentena, feitas principalmente de casa, o cantor e compositor Rodrigo Piva apresenta sua mais recente canção, Fake News no Samba: o lançamento digital (via YouTube, Vimeo, redes sociais e plataformas de streaming) está marcado para esta terça-feira, 14 de julho.

Com produção e arranjo do violonista Luiz Sebastião, que também é responsável pela mixagem e edição, o clipe reúne instrumentistas de Florianópolis e Porto Alegre. A captação de áudio e vídeo foi realizada pelos próprios artistas, um conceito na maneira de trabalhar que foi fortalecido diante da necessidade de isolamento social em tempos de pandemia. Participam da gravação os músicos Giovanni Berti e Neno Moura (percussão e bateria), Chico Camargo (cavaquinho), Rogério Piva (guitarra e bandolim), Rafael Calegari (baixo) e o próprio Luiz Sebastião (violão).

Piva idealizou o projeto e interpreta a nova canção, escrita poucos dias após o falecimento de Aldir Blanc, em decorrência do novo coronavírus. Levemente inspirada no estilo irreverente do letrista carioca, a ideia surgiu de uma postagem no Facebook em que o percussionista Neno Moura mencionava a existência, no meio musical, da estranha figura do "sambista bolsonarista". A rima e a sonoridade da denominação chamaram a atenção de Rodrigo e serviram de mote para o samba, que faz uma crítica sutil ao bolsonarismo encampado por alguns artistas brasileiros. Incoerência que, para o autor, se resume no refrão: "Sambista bolsonarista, não dá!".

"Não dá porque o samba nasceu na Bahia, não dá porque o samba só quer liberdade, o samba é negro no claro do dia, nem racismo nem mentira podem no samba entrar!", diz a segunda parte da música. Na opinião de Rodrigo, "é evidente a incompatibilidade entre a ideologia bolsonarista e a história do samba, marcada pela resistência de seus compositores e intérpretes, e também pelo viés libertário oriundo de sua matriz negra, a Mãe África." O artista, aliás, é neto de um dos maiores sambistas gaúchos de todos os tempos: Túlio Piva.

Matérias Relacionadas