Documentário sobre Frank Zappa vai estrear no festival South by Southwest

30.01.2020 | 10h20 - Atualizada em: 31.01.2020 | 13h43
Marina Martini Lopes
Por Marina Martini Lopes
Editora
Frank Zappa já foi tema de muitas produções, mas pode-se dizer que a obra de Winter é única por se propor a cobrir toda a vida do artista

BLOG

Mundo Itapema

Intitulado simplesmente "Zappa", o filme tem direção de Alex Winter

Mais de quatro anos já se passaram desde que o cineasta Alex Winter começou a trabalhar em Zappa, documentário sobre a vida do icônico músico Frank Zappa - e, agora, finalmente, o filme está prestes a estrear: o lançamento oficial está marcado para março, durante o festival South by Southwest, que acontece em Austin, no Texas. O evento vai do dia 13 ao dia 22.

Frank Zappa já foi tema de muitas produções, mas pode-se dizer que a obra de Winter é única por se propor a cobrir toda a vida do artista - e também porque o diretor teve a aprovação e o apoio da família do músico, conseguindo acesso a gravações raras ou mesmo inéditas. O documentário inclui entrevistas do próprio biografado; de sua esposa Gail; dos guitarristas Steve Vai e Mike Keneally, que já trabalharam com o artista; de Ruth Underwood, Ian Underwood e Bunk Gardner, integrantes da Mothers of Invention (banda liderada por Zappa nos anos 1960); e de Pamela Des Barres, membro do The GTOs (grupo exclusivamente feminino produzido por Zappa entre o final dos anos 1960 e o início dos anos 1970).

"Zappa foi um homem extremamente complicado e brilhante, que tinha tantos detratores quanto fãs", disse Winter, em entrevista à revista Rolling Stone norte-americana. "Eu espero que o público possa vê-lo como eu vejo, como um artista norte-americano cativante e extremamente relevante." Ahmet, filho de Frank Zappa, comenta que "Alex teve acesso irrestrito a tudo que temos no arquivo e liberdade criativa total para fazer este filme, ao contrário de outros cineastas. O que Alex conquistou é quase inacreditável. Este é o documentário definitivo sobre Frank Zappa."

"Quando comecei a selecionar o material, eu descobri horas e horas de entrevistas inéditas que Frank armazenou, de diferentes momentos de sua vida", contou Winter. "Ele é um ótimo contador de histórias, e eu consegui fazer com que ele basicamente narrasse a própria vida. Em alguns casos ele começa uma anedota em 1969, continua o pensamento em 1980 e parece encerrar a mesma história em 1991. Isso permitiu que nós criássemos uma perspectiva caleidoscópica de Frank através do tempo - algo parecido com o que ele fez com sua música. O filme está cheio de surpresas para os fãs, mas acho que o que mais vai impactá-los é a intimidade da narração e o verdadeiro sentimento de quem Zappa realmente foi."

Antes de sua morte, em 2015, a esposa de Frank Zappa, Gail, havia comentado que esperava que o documentário pudesse responder a uma questão: "por que diabos alguém quer ser um compositor?" E Winter diz que examinou com cuidado o lado compositor de Zappa; segundo ele, "um dos maiores do século XX", "muitas vezes definido primariamente, e erroneamente, como um guitarrista de rock." "O filme examina o que significava ser um artista e, especialmente, um compositor, na época em que Frank estava vivo, em meio a tudo o que estava acontecendo politicamente e culturalmente", o cineasta finaliza.

Matérias Relacionadas