Entrevista exclusiva: The Cosmic Surfer lança hoje novo EP

19.03.2021 | 17h18 - Atualizada em: 30.03.2021 | 03h12
Leonardo Souza
Por Leonardo Souza
TCS022Divulgação

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Giramundo

A banda fundada em Floripa ,The Cosmic Surfer, bate um papo exclusivo com a itapema sobre a carreira e o novo EP, que estreia hoje.

Após o sucesso do primeiro álbum ‘Get Cosmic’, a banda de Florianópolis The Cosmic Surfer, chega com mais um trabalho repleto de referências da surf music, rock e blues. O novo EP “Even Mermaids Get The Blues”, saiu hoje nas plataformas oficiais do grupo - o primeiro single é a faixa-título, que ganhou um 'Lyric Video' (confira abaixo), e estreia no lançamento itapema.

TCS01Imagem: Divulgação

Depois de surgir na ilha e conquistar espaço no cenário local com um trabalho de qualidade, o grupo alçou voo e colheu os frutos. Em 2018, a Cosmic Surfer conseguiu o 1º lugar no concurso internacional “2018 #PanAmericanSong Sponsored by Eurovision” com a música 'Cosmic Surfer'. No mesmo ano participaram do “Prêmio da Música Catarinense”, realizado no Teatro Ademir Rosa, em Florianópolis, e levaram pra casa o prêmio “Artista Revelação”, através de voto popular. 

Atualmente com base em Florianópolis, a The Cosmic Surfer já se tornou conhecida em outros estados com shows realizados em São Paulo, Vitória, Rio de Janeiro e Curitiba. Fundada em 2017, a banda é formada por Gabriel Gontijo - voz e guitarra, Beto Janesch - baixo e backing vocals, Rafael Richard - guitarra e William Lamar - bateria.

Bati um papo exclusivo com o vocalista e guitarrista do grupo, Gabriel Gontijo, sobre a carreira e o lançamento do novo EP, confira!

- Primeiramente, como fã da Marvel e das histórias do Surfista Prateado (Silver Surfer), quero saber se o nome da banda tem alguma referência ao personagem e, se não, como surgiu?

"Nós também somos fãs! Mas a verdade é que o Silver Surfer não foi uma influência. Escolher nome de banda é sempre muito difícil... é igual escolher nome do seu filho! Fizemos uma lista grande de opções e nada foi convincente. Aí o Beto (baixista) sugeriu The Cosmic Surfer, que acabou fazendo sentido por vários motivos: a relação de surf, lifestyle, música e o lado esotérico de Floripa embrulhado num pacote só." 

- A canção homônima vencedora do prêmio Eurovision, 'Cosmic Surfer', roda já faz tempo na programação da itapema. Amor à primeira audição. Conta pra gente alguns detalhes sobre a composição dessa música?

"Como compositor, as músicas sempre chegam meio prontas pra mim. Não sei da onde vem, nem quem manda... mas sou muito grato por receber esses presentes. A música Cosmic Surfer, surgiu exatamente como tá escrito na letra. Quem surfa, as vezes sonha com ondas, tubos e momentos mágicos. Mas dessa vez, eu estava surfando numa onda de energia e em cima de uma prancha de luz. Muito louco e inesperado... mas muito vivido também. Aí quando acordei, peguei o violão e a melodia e a letra saíram em seguida."

- Em tempos de isolamento social, como flui o processo criativo da banda?

"Ninguém da banda vive profissionalmente de música. Mas isso não quer dizer que temos menos dedicação ou paixão pela música. Todo mundo na Cosmic tem uma família, um trabalho e a banda. Pra ser sincero, é muito difícil equilibrar tudo isso e ter sucesso ao mesmo tempo. É muito difícil ter momentos de paz e calmaria fazendo esses malabares da vida cotidiana." 

"Musicalmente, como a gente tem pouco tempo juntos nos ensaios, o foco é sempre na execução, treino, setlist e shows, então não sobra tempo pra pensar em composições novas. Aí rolou a pandemia. Parou tudo. Sem shows, sem ensaios e sem banda! Fora o compromisso de home office, tive a oportunidade de ter tempo, silêncio e vontade de produzir novas canções. A primeira que fiz no início de março de 2020, foi um hip-hop influenciado pela pandemia mundial. Aí desde então, não consigo parar de compor! Tá saindo muita coisa nova e agora a vontade é de voltar pro estúdio e gravar mais um monte de músicas! Talvez uma coletânea chamada Lockdown Songs? Hahahaha!"

- Vocês fazem parte de uma nova geração da música produzida aqui na ilha e no estado. Como você analisa o momento atual do mercado e como surfar nele como jovens artistas?

"A cena atual está completamente diferente de quando eu era adolescente. Antigamente, gravadoras gigantes faziam contratos que davam bastante visibilidade para os artistas, mas elas ficavam com todos os direitos e lucros com as vendas de discos. Agora com home studios e a possibilidade de lançar trabalhos independentemente, isso abriu oportunidades pra todo mundo! Tem muita coisa boa rolando... mas a competição aumentou muito agora porque qualquer um pode lançar o que quiser!"

"Então a pergunta é: como se destacar? Se você não fizer uma música de moda, ter um look de supermodel, investir muito dinheiro e ter domínio de todas as formas de publicidade e rede social, fica muito difícil ser notado. Com a Cosmic, nossa meta desde o início era fazer músicas de qualidade e ponto. Claro, todo mundo quer reconhecimento e grana, mas pra nós sempre foi algo mais nobre." 

"Fazer música afeta as pessoas. O ser humano tem uma miríade de emoções e a música é uma ferramenta universal que consegue tocar diretamente nessas emoções. Acredito que para nós, a sinceridade musical foi a nossa fórmula de reconhecimento. Então é sempre uma honra poder compartilhar as músicas e lançar novos trabalhos."

TCS02Imagens: Gabriel Vanini Divulgação

- Quais são as expectativas para o lançamento de “Even Mermaids Get The Blues”? Nesses últimos tempos está difícil programar shows ao vivo e muitos artistas tiveram que se adaptar ao isolamento e criar outras formas de se comunicarem com seu público. Como a banda planeja o trabalho de divulgação do EP?

"Infelizmente o Brasil virou exemplo mundial de como não lidar com uma pandemia. O governo não leva a sério e consequentemente muitas pessoas não levam a sério. Enquanto outros países estão se esforçando para educar e vacinar seus habitantes, aqui ainda estamos falando de cloroquina e mais lockdowns. Então não vejo a oportunidade de voltar para palcos com plateias grandes tão cedo aqui."

"Porém, temos a tecnologia a nosso favor. Então a gente consegue ser ouvido e visto pelas plataformas digitais, redes sociais e interagir com nossos fãs a distância. Claro, não é a mesma coisa, mas hoje em dia é a melhor maneira de promover o disco novo." 

"Esperamos ansiosamente pelas vacinas, educação em todos os sentidos e empatia coletiva. Assim, em vez de voltar para como era antes, podemos evoluir para um futuro melhor! E viva o rock n’ roll!"

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