"A Vida Invisível", com Fernanda Montenegro, é o filme indicado para representar o Brasil no Oscar

28.08.2019 | 14h00 - Atualizada em: 28.08.2019 | 16h50
Anna Rios
Por Anna Rios
Fernanda Montenegro em cena em "A Vida Invisível"

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Mundo Itapema

Longa de Karim Aïnouz premiado em Cannes foi escolhido em uma lista de 12 filmes

Por GaúchaZH

O filme A Vida Invisível foi indicado para ser o representante brasileiro na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar de 2020. Vencedor da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, em maio passado, o longa do cearense  Karim Aïnouz foi escolhido por uma comissão que analisou 12 filmes habilitados pela Academia Brasileira de Cinema. 

Inspirado no livro de Martha Batalha A Vida Invisível de Eurídice Gusmão (título do filme no circuito de festivais), o longa conta a  história de duas irmãs que são separadas e acabam vivendo, cada uma a sua maneira, trajetórias assoladas pelo machismo. A produção estreia em 19 de setembro nas salas do Nordeste e dia  31 de outubro nas demais regiões do país.

A Vida Invisível concorria à indicação com Bacurau, também premiado em Cannes, Los Silencios, A Voz do SilêncioEspero Tua (Re)VoltaSimonal e os gaúchos Bio Legalidade, entre outros filmes.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas alterou a denominação Melhor Filme Estrangeiro para a cerimônia do Oscar de 2020. A categoria passou a se chamar Melhor Filme Internacional. As regras da disputa exigem ser uma produção de fora dos EUA com diálogos em língua não-inglesa. A lista inicial terá 10 títulos pré-selecionados, dos quais cinco avançam para a disputa da estatueta.  O anúncio dos cinco  filmes estrangeiros que estarão na cerimônia do Oscar, marcada para 9 de fevereiro, em Los Angeles, sai no dia 13 de janeiro.

O Brasil esteve apenas quatro vezes na cerimônia de premiação do Oscar. A última foi em 1999, quando concorreu com Central do Brasil, de Walter Salles. O filme ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim e o Globo de Ouro, mas no Oscar acabou perdendo para o italiano A Vida É Bela. As outras cerimônias em que filmes brasileiros concorreram a estatuetas correram em 1963, com O Pagador de Promessas,  de Anselmo Duarte; 1996, com O Quatrilho, de Fábio Barreto; e em 1998, com  O que É Isso, Companheiro, de Bruno Barreto.

Em 2018, o filme brasileiro indicado para a categoria foi O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues.  Como nos dois anos passados, a escolha coube a uma comissão especial indicada pela Academia Brasileira de Cinema. Presidido por Anna Muylaert, diretora de Que Horas Ela Volta?, o grupo contou com oito nomes ligados ao setor, como Amir Labaki, idealizador do festival de documentários É Tudo Verdade; Ilda Santiago, diretora de programação do Festival do Rio; e Walter Carvalho, um dos diretores de fotografia mais renomados do país.

Caso seja acatado pela Academia de Artes e Ciências de Hollywood, A Vida Invisível  pode enfrentar longas como o sul-coreano Parasite, de Bong Joon-Ho, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, o palestino It Must Be Heaven, de Elia Suleiman, que recebeu menção honrosa na competição pela Palma de Ouro em Cannes, e o alemão System Crasher, de Nora Fingscheidt, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim deste ano.

Brasil no Oscar

1963 – O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1962, foi derrotado por Oito e Meio, de Fellini.

1996 – O Quatrilho, de Fábio Barreto, sobre a colonização italiana no Rio Grande do Sul, perdeu para A Excêntrica Família de Antonia (Holanda).

1998 – O que É Isso, Companheiro?, ambientado na época da ditadura militar, dirigido por Bruno Barreto, irmão de Fábio, encontrou outro holandês pela frente: Caráter ficou com a estatueta.

1999 –  Central do Brasil, de Walter Salles, Urso de Ouro no Festival de Berlim e vencedor do Globo de Ouro, foi o filme que mais alimentou o sonho brasileiro. Mas o Oscar ficou com o italiano A Vida É Bela.

Filmes indicados pelo Brasil desde 2000

2000 – Orfeu, de Cacá Diegues

2001 –Eu, Tu, Eles, de Andrucha Waddington

2002 – Abril Despedaçado, de Walter Salles

2003 – Cidade de Deus, de Fernando Meirelles *

2004 – Carandiru, de Hector Babenco

2005 – Olga, de Jayme Monjardim

2006 – 2 Filhos de Francisco, de Breno Silveira

2007 – Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes

2008 – O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger 

2009 – Última Parada 174, de Bruno Barreto

2010 – Salve Geral, de Sérgio Rezende

2011 – Lula, o Filho do Brasil, de Fábio Barreto

2012 – Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro, de José Padilha

2013 – O Palhaço, de Selton Mello

2014 – O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho

2015 –Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro

2016 – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert

2017 – Pequeno Segredo, de David Schürmann

2018 –Bingo: O Rei das Manhãs, de Daniel Rezende

2019 –O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues

* Concorreu ao Oscar em 2004 na categorias de direção (Fernando Meirelles), roteiro adaptado (Bráulio Mantovani), fotografia (César Charlone) e montagem (Daniel Rezende) 

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