Leo Dressel fala com a Itapema direto de Toronto sobre novo projeto e revela música

19.11.2021 | 18h15 - Atualizada em: 23.11.2021 | 12h54
Leonardo Souza
Por Leonardo Souza
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Giramundo

O musicista catarinense acaba de publicar o primeiro de uma série de singles que lançará nos próximos meses.

Os ouvintes mais atentos da itapema fm já conhecem bem o trabalho do musicista de Joinville Leo Dressel. As faixas 'Change My Mind' e 'Goin' Home', em destaque na programação da rádio, são singles do excelente EP "Relax Leo", lançado em 2016. Além das canções que rodam no ar, Leo esteve com a gente no estúdio e nos contou tudo sobre seu início de carreira e pouco tempo depois em uma entrevista exclusiva mais longa gravada para o 'itapema Convida', disponível no Youtube, aprofundamos mais ainda em questões como processo criativo, influências e escolhas de repertório. Agora, radicado no Canadá, o guitarrista, cantor e compositor está de volta com o primeiro de uma série de singles que lançará nos próximos meses e gentilmente aceitou o convite para conversar com a itapema sobre o lançamento.

LDR447Imagem: Divulgação

- Leo, primeiramente fala pra gente sobre a escolha de mudar pra Toronto, como foi decidir mudar de país?

Bom, eu e minha esposa decidimos nos mudar para o Canadá e começamos a nos preparar para isso em 2017 (eventualmente chegando em Toronto no fim de 2018), mas a ideia já era um pouco mais antiga do que isso, pois eu tive a oportunidade de morar em Los Angeles em 2013 e a semente meio que já estava plantada desde aquela época. O principal objetivo com essa mudança de país era ter a possibilidade de ficar mais perto de uma cena composta por artistas que fazem música no estilo e da maneira que eu gostaria de fazer ou já estava começando a compor.

Em questão de musicalidade e excelência, Brasil, Canadá e Estados Unidos têm cenas e músicos absolutamente maravilhosos e eu tenho muito o que aprender seja lá onde eu esteja; acabamos nos apaixonando por Toronto e nos sentimos muito bem recebidos aqui. Mudar de país foi uma decisão séria para nós e com várias consequências positivas e também desafios; depois de 3 anos, sinto que fizemos uma boa escolha no início das nossas carreiras mas a saudade do Brasil está sempre presente e minha apreciação pela nossa cultura se modificou e desenvolveu bastante desde que nos mudamos pra cá.

- Faz tempo que acompanho sua carreira, fizemos um bate-papo no estúdio da itapema e ainda uma entrevista mais longa, disponível no Youtube, quando gravamos o 'itapema Convida'. O que mudou na sua música de lá pra cá, desde o "Relax Leo" até a mudança pro Canadá?

Eu sinto que nesses 6 anos desde que lancei o "Relax, Leo" eu tenho focado um pouco mais nas composições e na harmonia das músicas, sobretudo no relacionamento da harmonia e dos acordes com a letra em si. Aspectos de produção continuam tendo grande relevância mas eu estou um pouco mais objetivo e pragmático em relação a eles. Em geral, tenho minhas preferências em relação à timbres e texturas bem determinadas, então coloco mais atenção em outros detalhes do processo de composição em si que talvez antes eu deixava mais no modo automático, quem sabe.

Eu tive uma fase experimental uns dois anos atrás, já aqui em Toronto, onde eu explorei bastante um estilo de produção bem mais complexo, com vários elementos e instrumentos (eletrônicos, inclusive). Mais recentemente, passei por um processo de auto-descoberta, reuni meus álbuns e artistas favoritos, coloquei tudo num moodboard e fui naturalmente identificando o que eu tenho em comum com todos eles e onde existe uma divergência. Nos pontos em comum, encontrei inspiração; nas divergências, encontrei meu espaço.

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- Seu novo single está estreando na programação da itapema, conta mais detalhes sobre a faixa.

"What Kind Of Love Am I?" (Que tipo de amor sou eu?) começou, como quase todas minhas músicas começam, como uma ideia no violão, um riff e alguns acordes. O conceito veio como fruto de uma reflexão a respeito dos sentimentos e impressões que esse instrumental causa em mim e desenvolveu-se em uma indagação: cresci numa família com várias tias, primos, avós e amigos e fui analisando os diferentes tipos de "amor" que eu vi ao meu redor desde a minha infância.

"Amor" poderia ser substituído por "relacionamento", nesse caso; ou seja, existem várias maneiras de amar alguém, de estar lá, de se relacionar... Sou apaixonado pela estética sonora de alguns álbuns dos anos 1960 e 1970 (som geral mais intimista, sem muita ambiência, por exemplo) e o Soul dessa época me influenciou bastante tanto em explorar uma mensagem mais positiva como essa sonoridade característica. 

- O que você mais ouviu nesses últimos tempos, quais artistas e bandas? Tem alguém que te influenciou no processo criativo?

Tenho ouvido muito Soul dos anos 1960 e 1970 como Marvin Gaye, Phyllis Hyman, Anita Baker, Quincy Jones e Booker T.; D'Angelo, Thundercat, Melody Gardot e Billie Eilish; e muito som brasileiro também, incluindo Tom Jobim, Marcos Valle, Edison Machado, Tamba Trio, João Donato, Moacir Santos, Cassiano, Ana Mazzotti e João Gilberto. Tudo que eu escuto acaba me influenciando de alguma forma, mas eu sinto que os músicos brasileiros que eu citei me inspiram muito nesse ponto de composição (harmonia, melodia interagindo com a letra) e o Soul tanto de algumas décadas atrás tanto quanto mais atual tem uma presença na sonoridade e métodos de gravação que eu venho utilizando.

- O single "What Kind Of Love Am I?" seria a faixa-título de um futuro projeto?

Por enquanto não tenho álbum programado. Vai ser uma série de singles e provavelmente um EP em 2022.

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