Pensando Sobre Games: Metroid

07.10.2021 | 12h00
 Joana Caldas
Por Joana Caldas
Repórter do G1/SC e editora do blog Pensando Sobre Games
O lançamento do próximo jogo está marcado para o dia 8 de outubro

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A diferença entre o bom e o ótimo jogador é que só o ótimo sobrevive

Dia 8 de outubro está chegando mais um Metroid. Esta é uma das minhas séries favoritas dos videogames. Um dos grandes mistérios dos jogos para mim é o fato de ela não ser mais popular, mesmo entre quem acompanha a indústria e gosta de títulos para um jogador. Ou até quem tem Nintendo em casa às vezes não se liga muito nas aventuras da Samus Aran.

Metroid surgiu em 1986 no Nintendinho. Você controla a Samus, uma mercenária do espaço com uma superarmadura, e explora o planeta Zebes atrás dos metroids. Caso você não os conheça, eles são organismos que se parecem fisicamente com águas-vivas. Você não vai querer encontrá-los, porque eles sugam a sua energia rapidinho e são inimigos bem fortes.

A série tem como características muitas mecânicas que vemos em vários jogos atuais. O mapa é geralmente um labirinto, em que nem sempre o caminho que você precisa seguir está facilmente visível. A Samus começa com poucas habilidades, e vai ganhando outras conforme vai avançando na história. Com esses novos poderes, ela pode voltar a partes do mapa que não conseguia acessar antes.

Parece familiar? Pois é. Vários jogos modernos têm mecânicas assim. Os jogadores adoram Ori, Hollow Knight ou Blasphemous e às vezes nem jogaram algum Metroid ainda. E não digo isso por mal não. Caso você goste desse tipo de jogo e não conhece a série Metroid, está aí uma ótima oportunidade para se apaixonar por mais um game nesse estilo. Que aliás é conhecido como metroidvania, em alusão também ao Castlevania Symphony of the Night.

Vou ser honesta com você: não gosto de metroidvanias. Não curto tanto jogos 2D e também não gosto de ficar voltando em lugares aos quais já fui. Então qual é a graça do Metroid pra mim?

Esta série não é apenas a mecânica. A ambientação é incrível. A música, os efeitos sonoros, a direção de arte também são. Em Metroid, você está sozinho. Você não vai encontrar um monte de gente pra ficar conversando com você e dizendo onde você deve ir. Quando há interações com outras pessoas (ou máquinas), elas são rápidas, e geralmente envolvendo uma missão que você vai receber.

A sensação de solidão no Metroid é única para mim nos videogames. Você é a Samus Aran e está sozinha. Vire-se! E você se sente exatamente assim: perdido no espaço, sem saber onde ir no planeta onde acabou de pousar. É pura aventura, é pura exploração.

Metroid é apaixonante. Quanto mais jogos da série você joga, mais você conhece as habilidades clássicas da Samus e melhor no game você fica. A história também é muito legal e envolve outros alienígenas, piratas espaciais, e outros parasitas além do metroid. Dá vontade de jogar tudo para entender cada pedaço do universo em que a Samus vive. Cada jogo é uma história que se encaixa na história maior. Muito legal para quem curte ficção científica.

Talvez decepcione um pouco os fãs do Metroid aqui, mas o meu favorito é o Other M, do Wii, que é o mais controverso, justamente pela história. Mas curto demais a jogabilidade com o Wii Remote de lado e apontando pra tela quando é pra jogar mísseis. Também gosto muito dos Metroids 2D. O Metroid Prime já não é tanto a minha praia por eu não ser muito fã de jogos em primeira pessoa.

Mas qualquer que seja o game da série que você escolher, saiba que vai encontrar um mapa não muito óbvio, caminhos escondidos e chefes que, na primeira vez em que os vê, você não vai fazer a menor ideia de como derrotá-los e vai morrer rapidinho.

“A diferença entre o bom e o ótimo jogador é que só o ótimo sobrevive” é uma frase de uma propaganda do Super Metroid, do Super Nintendo, dos anos 1990 das revistas de game. Ficou guardada na minha memória. Acho que a frase se encaixa bem no jogo. Apesar de Metroid não ser um game difícil no nível de Cuphead, com tiros e mais tiros na tela ao mesmo tempo, é um título em que você, se não se esforçar, não vai passar.

Aqui não tem como estocar poção ou ficar guardando a melhor munição. Ou você aprende as habilidades ou não vai passar. Derrotar aquele chefão ou descobrir um caminho escondido é uma sensação de muita felicidade em Metroid que eu absolutamente recomendo. E como diria o Adam Malkovich, que foi comandante da Samus, “alguma objeção, Moça?”.

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