Steven Tyler, vocalista do Aerosmith, posa nu para revista aos 71 anos

22.12.2019 | 12h35 - Atualizada em: 23.12.2019 | 11h19
Anna Rios
Por Anna Rios
Steven Tyler durante show do Aerosmith em Porto Alegre, em 2016

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Em entrevista, cantor falou como a sobriedade salvou sua vida

Em um ensaio fotográfico para a revista americana Haut Living, Steven Tyler, 71, fez uma retrospectiva de sua carreira, falou de sua vida de sobriedade e fez uma foto nu, no chuveiro de sua casa. 

O músico afirmou que a banda nunca falou algumas verdades por trás da criação de alguns álbuns, porque os empresários achavam importante apenas que as pessoas gostassem das canções. Tyler disse que eles passavam o tempo todo drogados, e os produtores adoravam isso. 

"Nossos primeiros empresários adoraram que ficássemos chapados. Nossa gravadora adorou que ficássemos chapados porque sabiam que não estávamos analisando nenhuma das transações em dinheiro. E, ah, não é assim que sempre foi esse lado do negócio da música, que é apenas uma treta de mentiras, advogados, sujos e obscenos?", revelou o cantor na entrevista.

Já nos anos 1980, muitos deles começaram a se afetar seriamente pelo uso de drogas. "Eu fui o primeiro a receber tratamento", contou Tyler. Ele disse que ficou anos com raiva por ter sido mandado para a reabilitação, mas que hoje agradece por ter sido salvo. 

"Conheci minha ex-esposa Theresa e tive mais dois filhos lindos. A banda contratou uma nova gravadora, a Geffen Records, e ganhamos um empresário que nos ajudou a travar essa batalha juntos", afirmou o músico.

O Aerosmith só acertou depois disso, segundo o músico. A sobriedade de Tyler rendeu à banda, por exemplo, um Grammy por Janie's Got a Gun, inspirada em histórias de meninas que sofrem abusos. Ele se aproximou dessa causa quando buscou fazer parte de um grupo de mulheres que passaram por violência física e psicológica para não fazer o mesmo com a companheira com quem ele vivia. 

A ideia se transformou em uma Fundação, que chegou a 40 países e chegou a arrecadar US$ 7,5 milhões (mais de R$ 30 milhões) e atender mais de 1,2 mil meninas. Segundo a publicação, com essa história, Tyler deixa mais do que um legado de uma lenda de um rock, mas também de um homem com projetos sociais, além de ser um pai e um avô amoroso. Tudo isso ele diz que é consequência de sua sobriedade.

Em 2020, quando o Aerosmith celebrar 50 anos juntos, eles serão homenageados pela MusiCares Person of the Year, que premia artistas por sua carreira e também por suas ações filantrópicas. "Isso não é mais sobre mim. É sobre levar a mensagem às pessoas que vão morrer se não entenderem. O que me torna alcoólatra não é o quanto eu bebi ou com que frequência eu usava, ou com quem eu fazia isso. É o que acontece comigo, com quem eu me torno quando bebo, e não gosto desse cara", finalizou Tyler.

*por GaúchaZH

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